Jornalismo on-line?

Quando alguém escolhe seguir a carreira de jornalista, certamente algo dentro de si desperta a inquietação necessária que serve de motriz para desencadear uma revolução de pensamentos e indagações sobre o mundo. Até onde sua vontade pode chegar? Sonhos nascem e morrem todos os dias e cada vez mais as pessoas se limitam. Mas por quê?

Com o surgimento da internet surge a possibilidade do acesso e universalização da notícia. Tal qual aconteceu quando outros veículos emergiram, a internet representou uma ameaça aos demais meios (que antes disso já vinham sofrendo do “complexo de extinção” pela modernidade). Contudo, o meio virtual é uma plataforma que aperfeiçoou processos de comunicação ao invés de extinguir veículos já consolidados em todo o mundo.

A vontade de mudar o mundo se tornou cada dia mais promissora com a evolução e o espaço proporcionado aos internautas. O conceito de liberdade de expressão tomou, portanto, uma nova forma. Agora, se você quiser pode abrir sua mente e deixar que ela desperte para tabus velados. A internet é o meio, os blogs vieram como ferramentas de expressão, que permitem aos usuários criarem seu próprio “mundo conceitual”, com cores, palavras e formas sem fronteiras e com o pudor que o autor do conteúdo achar necessário. O jornalismo se preparou para isso? Não.

Em pleno século XXI, é recente a história que temos no mundo virtual. Os sonhos dos internautas, porém, em muitos casos se perpetua em linhas no mundo on-line, a fim de, algum dia, despertar o interesse de alguém em algum lugar do mundo. Ao contrário da notícia factual, pela qual tanto luta a classe de jornalistas, os blogs proporcionam, sobretudo o acesso às culturas, minuciosamente tratadas em opiniões ou vivências relatas nos sites.

O jornalismo não se restringe à notícia, o jornalismo é informação. E os blogs são meios para opinar e informar.

Apesar de tudo, é preciso estar atento ao comodismo: o acesso fácil à conteúdos gerou uma acomodação da categoria de jornalistas. Sim, gerou. E é essa a razão pela qual devemos lutar de verdade. Afinal, você vai ser só mais um a perpetuar sonhos ou será um sonhador da realidade? Não deixe morrer em você, jornalista, a vontade que te carregou desde o início para esta trilha profissional. Deixe exalar o que você quer e o que você pensa. Seja um sonhador da realidade, que perpetua na internet o que sempre quis falar e o que gosta de verdade porque, no fundo, não podemos nos limitar a não sonhar.

E repito: o jornalismo online não pode se restringir à factualidade, e sim, prezar o acesso à informação de credibilidade, interesse e, claro, pela exclusividade (seja pelo conteúdo ou pela opinião emitida).

* Texto produzido com base no artigo “25 conselhos para jornalistas” publicado por Chris Lake, editor chefe da eConsultancy.